segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Mosteiros de Portugal e suas histórias de fé - Portuguese Monasteries




Estilo manuelino, por vezes também chamado de gótico português tardio ou flamejante, se desenvolveu no reinado de D. Manuel I. É uma variação portuguesa do Gótico final, bem como da arte mudéjar, marcada por uma sistematização de motivos iconográficos próprios, de grande porte, simbolizando o poder régio.arte mudéjar- trata-se de um fenômeno exclusivamente ibérico que combina e reinterpreta estilos artísticos cristãos (românico, gótico e renascentista) com a arte islâmica.


 A arquitetura manuelina, que se carateriza pela exuberância plástica, o naturalismo, a robustez, a dinâmica de curvas e o recurso a motivos inspirados na flora marítima e na náutica da época dos Descobrimentos.
Exemplos típicos desse estilo são o Mosteiro dos Jerônimos e a Torre de Belém, em Lisboa, e a janela manuelina do Convento de Cristo, em Tomar.



 O Mosteiro dos Jerónimos é um mosteiro manuelino, testemunho monumental da riqueza dos Descobrimentos portugueses. Situa-se em Belém, Lisboa, à entrada do Rio Tejo. Constitui o ponto mais alto da arquitectura manuelina e o mais notável conjunto monástico do século XVI em Portugal e uma das principais igrejas-salão da Europa.


Galerias superiores do Claustro



A decoração manuelina é muito trabalhada no Claustro

Claustro Mosteiro dos Jerônimos



 Destacam-se o seu claustro, completo em 1544, e a porta sul, de complexo desenho geométrico, virada para o rio Tejo. Os elementos decorativos são repletos de símbolos da arte da navegação e de esculturas de plantas e animais exóticos. O monumento é considerado património mundial pela UNESCO, e em 7 de Julho de 2007 foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal.




Portal das Capelas





 A Torre de Belém é um dos monumentos mais expressivos da cidade de Lisboa. Localiza-se na margem direita do rio Tejo, onde existiu outrora a praia de Belém. Inicialmente cercada pelas águas em todo o seu perímetro, progressivamente foi envolvida pela praia, até se incorporar hoje à terra firme.

O monumento se destaca pelo nacionalismo implícito, visto que é todo rodeado por decorações do Brasão de armas de Portugal, incluindo inscrições de cruzes da Ordem de Cristo nas janelas de baluarte; tais características remetem principalmente à arquitetura típica de uma época em que o país era uma potência global (a do início da Idade Moderna).

Classificada como Património Mundial pela UNESCO, em 7 de Julho de 2007 foi eleita como uma das Sete maravilhas de Portugal.



vista do rio Tejo

 Parte da sua beleza reside na decoração exterior, adornada com cordas e nós esculpidas em pedra, galerias abertas, torres de vigia no estilo mourisco e ameias em forma de escudos decoradas com esferas armilares, a cruz da Ordem de Cristo e elementos naturalistas, como um rinoceronte, alusivos às navegações. O interior gótico, por baixo do terraço, que serviu como armaria e prisão, é muito austero.






 A sua estrutura compõe-se de dois elementos principais: a torre e o baluarte. Nos ângulos do terraço da torre e do baluarte, sobressaem guaritas cilíndricas coroadas por cúpulas de gomos, ricamente decorada em cantaria de pedra.


Torre de Belém interior





A torre quadrangular, de tradição medieval, eleva-se em cinco pavimentos acima do baluarte


A janela do Capítulo do Convento de Cristo, em Tomar é uma das mais referidas obras neste estilo.


pedra talhada em forma de cordas




 Motivos ornamentais naturalistas
 o    Alcachofras (símbolo da regeneração e da ressurreição - sendo por isso queimada nos festejos de São João, esperando que volte a reverdecer);
o    Folhas de loureiro, como no Claustro de D. João I, no Mosteiro da Batalha;  
o    Romãs (como nas portas laterais da Igreja Matriz de Golegã - símbolo de fertilidade, pela quantidade extraordinária de sementes que contêm)
o    Folhas de hera;
o    Pinhas (fertilidade e/ou imortalidade - por vezes interpretadas como sendo espigas de milho ou maçarocas) - são visíveis, por exemplo, sobre o portal da Igreja Matriz da Golegã;
o    Caracóis ou conchas de nautilus simbolizando, talvez, a lentidão dos trabalhos);
o    Animais vários
o    Putti (crianças)
•    Elementos fantásticos:
o    Ouroboros (a serpente que morde a sua própria cauda: símbolo do Universo: a união do princípio e do fim)
o    Sereias (motivo de arte profana, talvez fossem uma referência a várias palavras semelhantes e ao simbolismo associado: serão, ou a altura em que o ciclo produtivo do cardar da lã se realizava; serenata, ritual de namoro ligado ao pecado da carne, tal como em serralho, etc);
o    Monstros (principalmente as gárgulas, mas também outros, como dragões e animais de boca aberta, devorando o seu próprio corpo)
o    Orelhudos (cabeças com orelhas descomunalmente grandes, como no cadeiral de Santa Cruz de Coimbra);
o    Animais realizando acções humanas, numa perspectiva carnavalesca, como a tocar instrumentos musicais.
•    Simbolismo cristão:
o    Cachos de uvas e sarmentos (relacionado com a "Vinha do Senhor" e com a Eucaristia), como em Luz de Tavira;
o    Agnus Dei
o    Querubins
•    Outros motivos:
o    As cordas entrelaçadas e cabos, fazendo muitas vezes nós, como na Torre de Belém
o    Redes;
o    Cinturões com grandes fivelas, como no Coro do Convento de Cristo, em Tomar;



 Caracol esculpido no portal das Capelas Imperfeitas, no Mosteiro da Batalha simbolizando, talvez, a lentidão dos trabalhos)




Dragon Cathedral de Milan



Gárgula de Notre -Dame


 Dragão mordendo a sua própria cauda. Possível referência a Ouroboros.



 Cacho de uvas relacionadas com a Eucaristia


 Romãs, símbolo de fertilidade, na porta lateral da Igreja Matriz da Golegã. 

O termo "Manuelino" foi criado por Francisco Adolfo Varnhagen na sua Notícia Histórica e Descriptiva do Mosteiro de Belém, de 1842. O Estilo desenvolveu-se numa época propícia da economia portuguesa e deixou marcas em todo o território nacional.


Os "gisants"

Os "gisants" medievais ordenam, repousam e alegram o espírito. Porque há nessas efígies uma seriedade, uma deliberação, um equilíbrio diante da morte que nos introduz num ambiente de refrigério, luz e paz.Marcos Enoc Silva Antonio





Túmulo de Santa Isabel de Aragão, Rainha de Portugal
Mestre Pero (1330)
Convento de Santa Clara-a-Nova
Coimbra



The Tomb of D.Maria VilaLobos Chapel S.Cosme e Damião






Dentre as obras de arte que nasceram sob o influxo da Esposa de Cristo, chamam poderosamente a atenção os gisants: esculturas jacentes - daí o seu nome, em francês - que ornam os túmulos de santos, nobres e cavaleiros em tantas basílicas, mosteiros e catedrais.


Túmulo do Rei D.João I e D. Filipa Lencastre

Tumulo do Rei João e D.Filipa 



Um amor imortal






Mais do que os traços físicos do finado, o gisant procura apresentar suas qualidades morais e as circunstâncias em que faleceu. Se ele pereceu em campo de batalha, o escultor o representa completamente armado, com luvas nas mãos e a espada desembainhada. Se morreu no leito, é figurado de cabeça descoberta, sem cinto, sem espada nem escudo, tendo aos pés um galgo. Os pés apoiados sobre o flanco de um leão deitado simbolizam a força e o poder que tivera em vida, mas também a ressurreição dos mortos.



Uma grade de ferro em torno da estátua podia indicar que o senhor morreu no cativeiro. Quanto às damas, são apresentadas de vestido longo, quase sempre com as mãos postas, os pés sobre o flanco de um cão, símbolo da fidelidade conjugal.


 Abadia Saint-Denis France

Porém, o atributo mais característico do gisant é sua atitude de "repouso eterno". O rosto sério e o porte sereno correspondem a quem, livre das agitações da vida terrena, já se apresentou diante do juízo de Deus e aguarda na oração e na paz a ressurreição dos mortos.



Tumulo da D.Ines de Castro - Mosteiro de Alcobaça

Inês de Castro a nobre galega por quem o infante D.Pedro se apaixonou, foi executada em 1355 em Coimbra por ordem do rei D.Afonso IV.
O túmulo tem representadas cenas da vida e morte de Cristo, em analogia com o que foi a sua vida. O Juízo Final sela a narrativa com a salvação dos inocentes e a condenação dos culpados.




Tumulo do Dom Pedro I Mosteiro de Alcobaça

D.PedroI, cujo reinado teve início em 1360, morreu em 1367.Protagonista de uma história de amor proibido reabilitou a memória da sua amada fazendo-a sepultar no Mosteiro de Alcobaça. A arca tumular narra a vida de São Bartolomeu, seu santo protetor.Uma representação da Roda da Vida simboliza a sua própria história e o seu amor por Inês de Castro.

Paradoxalmente, fitar esses túmulos engalanados ordena, repousa e alegra o espírito. Porque há nessas efígies uma seriedade, uma deliberação, um equilíbrio diante da morte orientado pela esperança no além, que eles parecem nos tirar deste mundo agitado para nos introduzir num ambiente onde há refrigério, luz e paz!


 Referências:

domingo, 17 de abril de 2011

Lázaro - The Resurrection of Lazarus

Cidade Betânia nos dias de hoje. Betânia quer dizer “casa dos pobres”.
 

Provável local onde foi situada a casa de Lázaro, Maria e Marta.

Interior das casas da época.


Os pobres do Antigo Testamento moravam em casas muito pequenas: apenas uma sala quadrada e um quintal. As casas eram construídas em mutirão ou por construtores profissionais ambulantes.



cozinha



As mulheres israelitas faziam o pão diariamente. A primeira tarefa era o difícil trabalho de moer os grãos, transformando-os em farinha grossa, que era misturada com sal e água, fazendo-se a massa.

Ao fazer o pão, as mulheres misturavam um pouco de massa fermentada do dia anterior, fazendo assim a massa levedar. Por ocasião da Páscoa, o pão não podia conter fermento.

Trabalho diário vital para as mulheres era buscar água nos poços ou fontes.
 Carregavam os pesados potes de água na cabeça ou nos ombros.

A mulher tinha muito trabalho a fazer em casa, do início ao fim do dia: tirar leite, preparar queijo, iogurte, fiar, tecer a lã, etc... Além disso, a mulher trabalhava na roça.








  Christ in the House of Mary and Martha   Johann Friedrich Overbeck 1815 Berlin


  Jesus na Casa da  Marta e Maria  Johann Heiss 1604  Schleissheim



Jesus na Casa da  Marta e Maria



Jesus na Casa da  Marta e Maria


 Marta reprimands her Sister Mary Orazio Gentileschi 1620 Munich

A vida ativa produz aparentemente mais, mas, daí lhe vêm “olhos” pouco claros para penetrar nas coisas elevadas, sublimes e divinas.
A vida contemplativa é belíssima, ainda que a princípio não se note sua fecundidade (resultado). Seu fruto geralmente é mais demorado, procede da oração e de méritos de sua perfeição e amizade com Deus. Isto inclina o Senhor a expandir sua prodigalidade com outras almas, e por isto, seus frutos costumam ser de preciosas e abundantes bênçãos. 
União das duas vidas (ativa e contemplativa): ápice da perfeição cristã. 
Ambas as vidas (ativa e contemplativa) têm um único fundamento e causa principal: conhecer, amar e servir a Deus e assim salvar nossas almas.O resto é vaidade e aflição de espírito (Ecl. 2,11).



Marta e Maria  mural en la iglesia de St.Lazaro Betania



  Home of Bethany  Herbert Gustave Schmaltz1909 Priv. Coll.

  Christ in the House of Martha and Mary  Johanes Vermeer1654-55  National Gall. of Scotland Edimburgo


  Martha and Mary  Nathan Greene



 Jesus com Marta e Maria Tintoretto  1570  Munich




Christ in the House of Martha and Mary  Allesandro Allori 1605



Christ in the House of Martha and Mary  Jan Bruegel


Cristo na Casa da Marta e Maria  Diogo Velasquez 1620 National Gallery Londres


Mary Heards  his Word  Walter Rane 1949



Henryk Siemrazki  Christ  in House of Martha and Mary  1886

A declaração de João no seu Evangelho é a de que Jesus amava a Marta, a sua irmã Maria e Lázaro (João 11:5). O lar de Lázaro tinha experimentado através de Jesus, uma grande transformação espiritual. Quando tudo parecia normal, surgiu uma doença em Lázaro.
 

Lázaro ( Deus ajuda)

" Estava doente um homem, chamado Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de Marta, sua irmã. Maria era aquela que ungiu o Senhor com perfume e Lhe enxugou os pés com seus cabelos, cujo irmão, Lázaro estava doente. Mandaram, pois, suas irmãs dizer a Jesus: "Senhor, aquele que amas está doente". Ouvindo isto, Jesus disse: "Esta doença não é de morte, mas é para a glória de Deus, a fim de que o Filho do homem seja glorificado por ela." Ora, Jesus amava Marta, sua irmã Maria e Lázaro. Tendo, pois, ouvido que Lázaro estava doente, ficou ainda dois dias no lugar onde se encontrava. "

 Porque Jesus esperou até que se completassem 4 dias? Os judeus acreditavam que o espírito permanece em corpo durante 3 dias após a morte. Para que a ressurreição milagrosa fosse consumada era necessária a prova clara da morte ocorrida.


"Depois disto, disse aos seus discípulos: "Voltemos para a Judéia". Os discípulos disseram-Lhe: "Mestre, ainda há pouco os judeus Te quiseram apedrejar, e Tu vais novamente para lá?" Jesus respondeu: "Não são doze as horas do dia? Aquele que caminhar de dia não tropeça, porque vê a luz deste mundo;  porém, o que andar de noite tropeça, porque lhe falta a luz."  

 Não tropeça quem anda na luz,  na graça com a  benção de Deus. Doze horas - o dia está em ponto mais alto-após o meio dia, vem a tarde!

"Assim falou, e depois disse-lhes: "Nosso amigo, Lázaro, dorme; mas vou despertá-lo".  Os seus discípulos disseram-Lhe: "Senhor, se ele dorme, também se há de levantar."  Mas Jesus falava da sua morte; e eles julgavam que falava do repouso do sono. Jesus disse-lhes então claramente: "Lázaro morreu,  e Eu, por vossa causa, estou contente por não ter estado lá, para que acrediteis; mas vamos ter com ele."  Tomé, chamado Dídimo, disse então aos outros discípulos "Vamos nós também, para morrer com ele".

Os discípulos ainda não perceberam a identidade de Jesus como vida e luz (Jo 11 ,9- 10). Porém, mesmo sem entenderem, eles estão dispostos a ir morrer com ele (Jo 11,16). A doutrina deles é deficiente, mas a fé é correta.



Jesus em Betania James J.Tissot


"Chegou Jesus e encontrou-o já há quatro dias no sepulcro.  Betânia distava de Jerusalém cerca de quinze estádios. Muitos judeus tinham ido ter com Marta e Maria, para as consolarem pela morte de seu irmão. "

Lázaro está morto mesmo. Depois de quatro dias, a morte é absolutamente certa, o corpo entra em decomposição e já cheira mal . Muitos judeus estão na casa de Marta e Maria para consolá-las da perda do irmão. Os representantes da Antiga Aliança não trazem vida nova. Só consolam. Jesus é que vai trazer vida nova! 

 


"Marta, pois, logo que ouviu que vinha Jesus, saiu-Lhe ao encontro; e Maria ficou sentada em casa.  Marta disse a Jesus: "Senhor, se estivesses cá, meu irmão não teria morrido. Mas também sei agora que tudo que pedires a Deus, Deus To concederá." Jesus disse-lhe: "Teu irmão há de ressuscitar."  Marta disse-Lhe: "Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia." Jesus disse-lhe: "Eu sou a Ressurreição e a Vida. aquele que crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá;  e todo aquele que vive e crê em Mim, não morrerá eternamente. Crês nisto?"  Ela respondeu: "Sim, Senhor, eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que vieste a este mundo." 



 Não basta crer na ressurrição que vai acontecer no final dos tempos, mas tem que crer que a ressurreição já está presente hoje na pessoa de Jesus e naqueles que acreditam em Jesus. Sobre eles a morte não tem mais nenhum poder, porque Jesus é a “ressurreição e a vida”. Então, Marta, mesmo sem ver o sinal concreto da ressurreição de Lázaro, confessa a sua fé: “Eu creio que tu és o Cristo, o filho de Deus que vem ao mundo”.
É uma tríplice confissão: “Senho, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus que vem ao mundo” (Jo 1 1,27). Marta confessa que Jesus é Senhor, Messias e Filho de Deus.
Assim Marta recebe a bem-aventurança: “Felizes os que não viram e creram “ (Jo 20,28) e torna-se um modelo para as pessoas que desejam seguir Jesus.

"Dito isto, retirou-se e foi chamar em segredo sua irmã Maria, dizendo: "O Mestre está cá e chama-te".  Ela, logo que ouviu isto, levantou-se rapidamente e foi ter com Ele. Jesus ainda não tinha entrado na aldeia, mas estava ainda naquele lugar onde Marta tinha ido ao seu encontro.  Então, os judeus que estavam com ela em casa e a consolavam, vendo que Maria tinha se levantado tão depressa e tinha saído, seguiram-na, julgando que ia chorar ao sepulcro.  Maria, porém, tendo chegado onde Jesus estava, logo que o viu, lançou- se aos seus pés e disse-Lhe: "Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido."  

James Jaques Tissot  Jesus wept  1886-96

"Jesus, vendo-a chorar, a ela e aos judeus que tinham ido com ela, comoveu-se  profundamente e emocionou-se;  depois perguntou: "Onde o pusestes?" Eles responderam: "Senhor, vem ver." Jesus chorou. "


Viu o sofrimento e a dor, as lágrimas e a morte que caberiam em sorte aos homens. Seu coração comoveu-se pelas penas da família humana de todos os tempos e em todas as terras. Pesavam-Lhe fortemente sobre a alma as misérias da pecadora raça.Chorou muito e convulsivamente sentindo a nossa dor. Deus chora!


!Os judeus, por isso, disseram: "Vede como Ele o amava". Porém, alguns deles disseram: "Este, que abriu os olhos ao que era cego de nascença, não podia fazer que este não morresse?"

 Sebastiano del Piombo " The Raising of Lazarus"  1517

 "Jesus, pois, novamente emocionado no seu interior, foi ao sepulcro. Era este uma gruta com uma pedra colocada à entrada. Jesus disse: "Tirai a pedra". "





Christ Raising Lazarus from Dead  Tintoretto 16th century


José de Ribera Ressurreição de Lázaro  Prado



Carl Heinrich Bloch   The Raising of Lazarus

"Marta, irmã do defunto, disse-Lhe: "Senhor, ele já cheira mal, porque está aí há quatro dias." Jesus disse-lhe: "Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?" 

“Quando o Senhor está para realizar uma obra, Satanás instiga alguém a fazer objeções. ‘Tirai a pedra’, disse Cristo. Tanto quanto possível, preparai o caminho para Minha obra. Manifestou-se, porém, a natureza positiva e ambiciosa de Marta. Não desejava que o corpo em decomposição fosse apresentado aos olhares dos outros. A fé de Marta não apreendera o verdadeiro sentido de Sua promessa.”


The Raising of Lazarus  Jean-Baptist Jouvenet  1706  Louvre



"Tiraram, pois, a pedra. Jesus, levantando os olhos ao Céu, disse: "Pai, dou-Te graças por me teres ouvido.  Eu bem sabia que me ouves sempre, mas falei assim por causa do povo que está em volta de Mim, para que acreditem que Tu me enviaste."  Tendo dito estas palavras, bradou em voz forte: "Lázaro, sai para fora!" 

Luca Giordano  1675  The Raising of Lazarus      Priv. Coll


Diante do túmulo de Lázaro, Jesus fez uma breve oração contundente ao Pai dizendo:"Pai,graças te dou por me haveres ouvido"(João 11:41). 


 Caravaggio    The Raising of Lazarus  1608-09  Museo Natz. Messina


Com isto ele mostrou que suas obras tiveram origem no Pai. O grande propósito de Jesus,era levar aquele povo a crer no amor de Deus (João 3:16).

  Alessandro Turchi   The Raising of Lazarus    1617  Gall. Borgese  Rome

Ressurreição de Lázaro  Girolamo Muziano 1556


Nicolas Froment  The Raising of Lazarus  1461 Gall. Uffizi Florence

A Bíblia diz :"...Com grande voz...", foi assim que Jesus, diante de uma caverna aberta e cheirando mal, dirigiu-se a um defunto de quatro dias e disse:"Lázaro vem para fora!"(João 11:43). 


Francisco Trevisani  The Raising of Lazarus   Priv. Coll.

João em sua narrativa,diz que o defunto saiu todo ligado com faixa e o rosto envolto num lenço. Era algo assustador e apavorante, mas também muito glorioso, onde muitos que viram creram Nele(João 11:45).


Guercino  The Raising of Lazarus 1619 Louvre Paris








Rembrandt van Rijn  The Raising of Lazarus  1630  Los Angeles County Museum of Art USA




Rembrandt van Rijn  The Raising of Lazarus  1630 (Detail)
 Los Angeles County Museum of Art USA




The Raising of Lazarus  Petrus Christus XVe


The Raising of Lazarus  orgodox icon




orthodox icon


Ressureição do Lázaro  Cecchino del Salvati  1540  Palazzo Colonna  Rome
 

"Isto tem um simbolismo glorioso com o que acontecerá na ressurreição dos salvos"(João 5:28,29).




Duccio Buoninsegna  The Raising of Lazarus 1310-11 Kimbell Museum of Art Texas USA


Rubens  Ressurreição do Lázaro


The Raising of Lazarus  Mattia Preti XVII th century




Giotto di Bondone Ressureição do Lázaro


«A palavra de Deus é viva»
Ela está, portanto, não só viva, mas é a própria vida, como está escrito: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14, 6). ). Ela dá vida quando chama Lázaro para fora do túmulo e lhe diz: «Lázaro, vem para fora !» (Jo 11, 43) Quando esta palavra é proclamada, a voz que a pronuncia ressoa no exterior com tal força que, percebida no interior, faz reviver os mortos, e ao acordar a fé, suscita verdadeiros filhos de Abraão (Mt 3, 9). Sim, ela está viva, esta Palavra, viva no coração do Pai, na boca daquele que a proclama, no coração daquele que crê e que ama.
Balduino de Ford(1190) abade cistercense


Giotto di Bondone  Ressureição do Lázaro


"Cristo, compadecei-vos dos que estão mortos no túmulo de seus pecados, para que escutando a sua voz recuperem a vida. Senhor, tende piedade de nós!"
Liturgia das Horas


Juan de Flandes The Raising of Lazarus

The Raising of Lazarus mosaico medieval



Juan de Flandes The Raising of Lazarus



Provável túmulo do Lázaro 



Jesus Ressuscita Lázaro pintura das Catacumbas III sec 


The Raising of Lazarus  Salvator Rosa 17s






 










 
copt icon Egito

Beato John Henry Newman (1801-1890)
Teólogo, Fundador do Oratório em Inglaterra - Sermão «The Tears of Christ at the Grave of Lazarus»

Marta respondeu-Lhe: «Sim, ó Senhor; eu creio»
Cristo veio ressuscitar Lázaro, mas o impacto desse milagre tornou-se a causa imediata da Sua prisão e crucifixão (cf. Jo 11,46ss.). [...] Ele bem sentia que Lázaro voltava à vida pelo preço do Seu próprio sacrifício; sentia-Se descer ao túmulo de onde tinha de tirar o amigo; sentia que Lázaro tinha de viver e que Ele próprio tinha de morrer. As aparências inverter-se-iam: haveria um festim em casa de Marta (cf. Jo 12,1ss.), mas a última Páscoa de tristeza caber-Lhe-ia a Ele. E Jesus sabia que aceitava totalmente essa inversão: Ele tinha vindo do seio de Seu Pai para resgatar com o Seu sangue todo o pecado dos homens e assim fazer sair do túmulo todos os crentes, como fez com Seu amigo Lázaro ? fazê-los voltar à vida, não durante algum tempo, mas para sempre. [...]
Face à amplitude do que pretendia fazer nesse acto de misericórdia único, Jesus disse a Marta: «Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em Mim, mesmo que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em Mim não morrerá para sempre.» Façamos nossas estas palavras de consolo, quer face à nossa própria morte, quer face à dos nossos amigos: onde houver fé em Cristo, aí estará Ele em pessoa. «Crês nisto?», perguntou Ele a Marta. Quando um coração pode responder como Marta: «Sim, creio», nele Cristo torna-se misericordiosamente presente. Ainda que invisível, Ele está lá, mesmo junto de um leito de morte ou de um túmulo, sejamos nós que agonizamos ou sejam os nossos entes queridos. Que o Seu nome seja bendito! Nada nos pode tirar essa consolação. Pela Sua graça, temos tanta certeza de que Ele está lá com todo o Seu amor como se O víssemos. Depois da nossa experiência do que aconteceu a Lázaro, não duvidaremos um instante sequer de que Ele está cheio de atenções para connosco e de que está ao nosso lado.


The Resurrection of Lazarus Henri Ossawa Tanner  1896 Musée d'Orsay  Paris


The Resurrection of Lazarus Pietro Annigoni  1946 Vaticano



Orthodox icon



E saiu o que estivera morto, ligado de pés e mãos, com as ataduras, e o seu rosto envolto num sudário. Jesus disse-lhes: "Desligai-o e deixai-o ir". Então, muitos dos judeus que tinham ido visitar Maria e Marta, vendo o que Jesus fizera, acreditaram n'Ele (Jo 11, 1-45).

"Ao deixar Lázaro morrer, Jesus quer nos dizer que Ele não veio para impedir a morte física e interromper o curso natural da vida humana. Jesus não veio eternizar nossa vida terrena, mas para dar-nos a vida em plenitude que ultrapassa os limites da vida presente.
Ao mandar tirar a pedra que fechava o sepulcro de Lázaro, Jesus Cristo comunica que, como Senhor da Vida, tem o poder de remover definitivamente a barreira que separa o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Para os que creem nÉle, essa separação não tem mais razão de existir. Com sua morte e ressurreição, o triunfo do Cristo sobre a morte foi completo de tal forma, que entre este mundo e o mundo de Deus já não existem barreiras."( Frei Aloísio de Oliveira OFM Conv.)




                          "EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA"







Referências: